terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Crítica cultural e sociedade







O título dessa postagem remete ao texto de Theodor Adorno - Crítica cultural e sociedade, escrito em 1949 - e evidencia que a relação literatura e sociedade não se trata, partindo da concepção do autor, de uma abordagem teórica que sustenta o entendimento maior sobre a cultura. Dessa forma, ao considerarmos a importância dessas reflexões, devemos ter leituras reflexivas como essa para além do seu entendimento, procurando estabelecer relações a partir das indagações provocadas.
Esta tarefa está calcada na interpretação de fragmentos do texto mencionado. São três citações que deverão ser comentadas com base na leitura dos textos discutidos em aula e também de outros textos que possam dialogar com as questões apresentadas.

1) "Mas a impropriedade da crítica cultural, no que diz respeito ao conteúdo, não decorre tanto da falta de respeito pelo que é criticado quanto do secreto reconhecimento, arrogante e cego, do objeto de sua crítica. O crítico da cultura mal consegue evitar a insinuação de que possui a cultura que diz faltar." (p. 07)

2) "A cumplicidade da crítica cultural com a cultura não reside na mera mentalidade do crítico. É ditada sobretudo pela relação do crítico com aquilo de que trata. Ao fazer da cultura seu objeto, o crítico torna a objetivá-la. O sentido próprio da cultura, entretanto, consiste na interrupção da objetivação." (p. 11)

3) "A função ideológica da crítica cultural atrela à ideologia sua própria verdade, a resistência contra a ideologia. A luta contra a mentira acaba beneficiando o mais puro terror." (p.16)

Literatura & Sociedade









KEUNEN, Bart & EECKHOUT, Bart. (ed.). Literature and Society. The function of Literary Sociology in Comparative Literature. Bruxelles; Bern; Berlin; Frankfurt/M.; New York; Oxford; Wien: Lang, 2001.


Introduction: The Rise and Fall of Literary Sociology... and Its Survival
Bart Keunen

Somente a partir dos anos 60 a academia reconheceu o tema “literatura e sociedade” como uma nova disciplina crítico-literária. Através de alguns precursores como Lukács e Adorno, outros teóricos inspirados pelo marxismo começaram a observar as nuances da complexa interelação dos textos literários com o seu contexto social. Foi somente no último terço do século XX que o campo começou a clamar por autonomia, assumindo nomes como: Sociologia da Literatura, Poética Sociológica ou Sociologia Literária. Talvez a melhor prova do desenvolvimento dessa subdisciplina da teoria literária foi o fato de no sexto congresso da International Caomparative Literature Association (1970) ter excepcionalmente aberto um amplo espaço para o tema da Littérature et Société. Conforme Robert Escarpit, organizador da conferência, o sucesso foi enorme, tanto que muitos submeteram abstracts que foram devolvidos. Ele chegou a conclusão de que o sucesso se deu em função de uma preocupação profunda dos comparatistas do mundo interiro com essa temática.
Nos anos 60 e 70, acadêmicos como Erich Köhler, Peter Bürger, Lucien Goldmann, Peter Zima e Terry Eagleton, mencionando apenas alguns, se convenceram que a crítica comparativista poderia ser organizada de acordo com o modelo sociológico. Um olhar nas livrarias acadêmicas daquele tempo nos ensinam que os estudantes estavam preocupados com as hipóteses sobre as relações ente literatura e ideologia, as condições sociais de expressão literária, as origens sociais dos gêneros literários, o social ligado aos temas e a base sociológica da evolução literária. Em suma, os estudiosos concentraram-se nos “macro” problemas de uma natureza teórico-cultural (influência das ideias marxistas). A tendência em considerar a sociologia literária como “disciplina guia” na literatura comparada persistiu até o começo dos anos 80. Desde aquele tempo, vários autores têm diagnosticado que a crítica literária está sofrendo de uma fadiga da sociologia. Segundo Peter Zima, nossa disciplina abandonou sua reivindicação teórica ao passar dos anos, enquanto que nos anos iniciais ela ainda tentava estabelecer conexões com o social e com as ciências naturais.
O apagamento do interesse não está desrelacionado com a evolução dentro de uma teoria cultural. Utilizando a crítica marxista, a sociologia literária pode descrever um fenômeno literário da perspectiva histórica da burguesia moderna. Teóricos como Lukács, Goldmann ou Adorno situaram a literatura contra a experiência do processo de modernização e seus portadores: os burgueses. O problema da modernidade tem se tornado cada vez mais complexo como os muitos debates sobre o pós-modernismo e pós-modernidade ilustram. O problema encontrado pela sociologia literária – e também por uma variedade de outras disciplinas afins – dá a impressão de que a modernidade tem se prendido em si mesma. A “Sociedade Burguesa” pode não estar muito distante para ser percebida como um conceito monolítico, que é uma das razões por que a sociologia literária marxista resistiu as crises. A inabilidade para estabelecer um discurso marxista adequado é indubitavelmente relacionado com a crise do conceito de “classes”, como Laclau e Chantal Mouffe tão convincentemente argumentam em Hegemony and Socialist Strategy..
Conceitos como “modernidade” e “sociedade burguesa” estão muitas vezes relacionados com a rudeza com a qual a sociologia tem sido aplicada em sociologia literária e no espaço teórico. Como Steven Best e Douglas Kellner explanam, o velho pensamento de esquerda “reduz a complexidade da realidade social ao debate sobre a produção e à luta classes, definindo uma multiplicidade de ‘posições subjetivas’ (classe, raça, sexo, nacionalidade) como posições de classe”. São precisamente essas posições subjetivas que têm funcionado como o ponto de partida da teoria cultural até recentemente (década de 80). A importância cultural na sua evolução teórica é o fato sociológico que os cidadãos urbanizados hoje, como o sociólogo alemão Ulrich Beck tem observado, vivem em uma sociedade individualizada. Eles se identificam cada vez menos com as instituições coletivizadoras hierárquicas e disciplinadoras do passado (religião, autoridade moral, partidos políticos, classes sócio-econômicas) e cada vez mais com os grupos que se autoregulam e estabelecem suas regras, freqüentemente relacionadas com a noção de subcultura.
Partindo das novas condições da subjetividade formuladas por Beck, alguém poderia facilmente argumentar que nenhuma distinção de classe tradicional (“a burguesia”) é capaz de funcionar como base ou descrição adequada das efetivas mudanças que afetam a sociedade moderna. Em outras palavras, nós estamos negociando como novos problemas que necessitam de novas estratégias sociológico-literárias.

- versão em português do original em inglês elaborada por OURIQUE, J. L. P. -


Considerando as reflexões presentes no texto acima, comente algumas possibilidades acerca dessas “novas estratégias sociológico-literárias” mencionadas. Nas suas leituras sobre o tema literatura e sociedade você identificou algum elemento crítico que pudesse sustentar consistentemente sua leitura de uma obra literária? Esse elemento está mais vinculado com a materialidade do texto ou com a cultura na qual essa produção está inserida? Como você percebe a relação litertura e sociedade – como um elemento complementar ou como algo fundamental para sua leitura? Cite ao menos uma leitura de um texto literário que vá ao encontro das suas respostas (pode ser tanto uma leitura própria quanto de um crítico especializado).

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Desconstrutivismo

Auto-desretrato
Lucas Simões - série desretratoshttp://www.lucassimoes.com.br/desretratos

Ao considerar que a perspectiva de Jacques Derrida é contrária à concepção logocêntrica do pensamento metafísico, tendo em vista, principalmente, uma crítica ao posicionamento binário que sustenta o valor do centro a partir da afirmação do não-valor do seu oposto (homem/mulher, natureza/cultura, fala/escrita, espírito/corpo, etc.), comente as possibilidades que essa forma de pensar pode trazer para a leitura de uma obra literária (cite uma obra na qual essa abordagem pode ampliar a sua leitura). Cabe enfatizar que as concepções e práticas do pensamento de Derrida voltam-se para os sistemas interpretativos, desestruturando e desconstruindo o discurso que elabora o entendimento amplo para que várias possibilidades possam advir desses "fragmentos", dessas diferenças (différance), nas quais é possível perceber a natureza da consciência humana como intrínseca à noção de linguagem.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Estruturalismo



"Seria exagerado afirmar que o estruturalismo linguístico tomou suas idéias emprestadas ao formalismo, pois os campos de estudo e os objetivos das duas escolas não são os mesmos; encontram-se, entretanto, nos estruturalistas, marcas de uma influência 'formalista', tanto nos princípios gerais quanto em certas técnicas de análise. Eis por que é natural e necessário lembrar hoje, quando o interesse pelo estudo estrutural da literatura renasce, as principais aquisições metodológicas devidas aos formalistas, e compará-las com as da linguística contemporânea." (TODOROV, 2003, p. 28).
Essa afirmação de Tzvetan Todorov em As estruturas narrativas aponta para as diferenças e aproximações das duas correntes críticas advindas dos Círculos Linguísticos de Moscou e Praga. Afirma, ainda, que as ideias dos formalistas foram modificadas e enriquecidas pelo trabalho dos linguistas de Praga, especialmente pelo fato da doutrina formalista se apresentar como em constante elaboração. Dessa forma, aponte um procedimento de estudo que a perspectiva estruturalista agregou aos estudos formalistas a partir da preocupação com a "descrição científica de um texto literário" citando um exemplo literário em que ocorra uma possibilidade de leitura diferente ou renovadora. 

domingo, 27 de outubro de 2013

Formalismo

Considerando que a teoria do método formal tem sua origem na vanguarda - na noção de renovação, originalidade, visão renovada - ela não poderia ser estática. Dessa forma, não há uma metodologia formalista para ser aplicada o tempo todo. Os formalistas tinham a consciência de que se a arte se transforma, a teoria também se modificava, incorporando as suas renovações. Por isso que o "estranhamento da linguagem", ou seja, o emprego da linguagem de forma original é a perspectiva mais importante para essa teoria. Chklovski argumenta, nA arte como procedimento, que a literatura é uma forma de pensar por meio das imagens que a linguagem apresenta, atuando como uma espécie de "filtro da realidade", simplificando a compreensão do mundo. A visão renovada acerca da retórica está presente na perspectiva de Tomachevski - Temática - quando argumenta que a competência do escritor está em fazer o leitor chegar a uma opinião. Esse processo somente seria atingido mediante o a originalidade e a renovação de procedimentos do fazer literário. 
Procure citar duas obras literárias de períodos históricos diferentes nas quais seja possível identificar aquela originalidade fundamental que o formalismo russo apresentou como base para a própria definição de literatura. Cite ao menos um fragmento de cada obra para sustentar sua escolha, analisando a(s) figura(s) de linguagem empregada - metáfora, metonímia, ironia, etc.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Liberdade

Com base na provocação presente na imagem acima, proponha um argumento que evidencie a defesa de uma ideia, de uma convicção ou de uma crítica.
Procure relacionar alguma obra literária que vá ao encontro do seu argumento, utilizando o discurso na perspectiva que Aristóteles ensinou.
Segundo o crítico Ivan Teixeira, no primeiro artigo da série Fortuna Crítica, publicado na revista Cult em julho de 1998, a "abordagem retórica da literatura é uma modalidade intrínseca de crítica, que leva em conta não apenas o texto em si, mas também o ato de emissão e seu efeito sobre o leitor, isto é, considera o produto, o autor, o leitor e a circunstância em que se processa a comunicação. Sempre renovados, os estudos retóricos constituem-se numa das mais antigas e permanentes preocupações do homem. No terceiro capítulo da Retórica, Aristóteles ensina que há três gêneros de discurso: o judicial (acusar ou defender), o deliberativo (aconselhar ou desaconselhar) e o epidítico (louvar ou censurar). Essas modalidades definem-se a partir da posição do ouvinte perante o discurso. (...) Em termos atuais, o aspecto mais propriamente literário do epidítico é uma certa ficcionalidade do gênero, pois não pretende induzir a uma ação imediata, de caráter prático, como é o caso do gênero judicial e do deliberativo. Ao contrário, pretende estimular a contemplação das ações louvadas, assim como o repúdio das ações criticadas. Nascem daí a poesia encomiástica (exaltação da virtude) e sátira (condenação do vício), entendidas ambas como modalidades recentes do epidítico. Tendo em vista o fim da poesia, esse gênero visava ao aprimoramento da vida moral, na medida em que propunha modelos de virtudes cívicas, assim como apontava o que se devia evitar no exercício da cidadania."

Plano de Ensino


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Centro de Letras e Comunicação

 Disciplina: Crítica Literária 
2º Semestre - 2013 - 4 créditos - 68 h/a

CURSOS:

  • Licenciatura em Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa      (T1)
  • Licenciatura em Letras – Português e Espanhol e Respectivas Literaturas  (T1)
  • Licenciatura em Letras – Português e Alemão e Respectivas Literaturas     (T1)
  • Licenciatura em Letras – Português e Francês e Respectivas Literaturas     (T2)
  • Licenciatura em Letras – Português e Inglês e Respectivas Literaturas        (T2)

PROFESSOR:

                     João luis pereira ourique



EMENTA: Estudo da crítica literária brasileira através de sua história, abordagens e métodos, com a finalidade de aplicar esse conhecimento na leitura crítica de textos literários.



OBJETIVO:
- Propiciar ao aluno o estudo das principais escolas e correntes da crítica literária no Brasil.



OBJETIVO ESPECÍFICO:
- Leitura crítica de textos literários em prosa e verso.





CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
1. Crítica literária no Brasil
1.1 O problema da definição do campo da literatura brasileira;
1.2 A construção do cânone brasileiro.
2. Literatura brasileira e a crítica literária no século XX
2.1 As principais correntes;
2.2 As correntes contemporâneas.
            3. Análise crítica de textos literários em prosa e verso
PROCEDIMENTOS:
Aulas expositivas e dialogadas. Leitura de textos teóricos e literários. Debates e discussões. Seminários. Serão destinadas 17 horas/aula para pesquisas e leituras a fim de atender a carga horária complementar da disciplina, totalizando 85 horas de atividades ao longo do semestre.



RECURSOS:
Data show, computador, equipamento de som, DVD player, quadro branco, fotocópias de textos teóricos e literários  – Arquivos em power point, doc e PDF, internet (e-mail, chat e blog), filmes, músicas.



AVALIAÇÃO:

Primeira avaliação – peso 10:
Elaboração de um artigo abordando o estudo de uma obra literária (a ser definida pelo aluno) a fim de aplicar pelo menos uma corrente crítica literária condizente com a proposta do texto. O artigo deverá ter no mínimo 10 páginas, apresentar resumo e palavras-chave (de três a cinco) e ser redigido de acordo com as normas científicas da UFPel (manual será disponibilizado em arquivo PDF para a turma).
Critérios: utilização adequada do referencial teórico-crítico, interpretação do texto literário em consonância com a abordagem crítica proposta, correção e adequação da linguagem, formatação do texto de acordo com as normas científicas, identificação de estudos prévios sobre o(s) tema(s) e a(s) obra(s) estudadas (fortuna crítica), atendimento às orientações e indicações de leitura (se for o caso) dadas ao longo do semestre para a versão final do artigo.

Segunda avaliação – peso 10:
Participação, mediante a postagem de comentários a questões e/ou trechos de obras críticas e teóricas, no blog (criticaliterariaufpel.blogspot.com.br). Serão 10 postagens no total, cada uma com valor de 1,0 ponto (o registro do comentário garantirá 0,5 ponto e o conteúdo do comentário mais 0,5 ponto).
Critérios: pertinência do comentário, adequação ao tema proposto, correção da linguagem (coesão e coerência) referências e citações (diretas e/ou indiretas) de obras teóricas e críticas.

Observação: a identificação de cópia ou plágio implicará na atribuição de nota zero para qualquer uma das atividades propostas.

Aprovação na disciplina:
Será considerado aprovado o aluno que, com pelo menos 75% de presenças na disciplina, obtiver média 7,0, resultado da soma da primeira e da segunda avaliação dividido por dois. O aluno que não frequentar no mínimo 75% da disciplina será considerado reprovado, independente da média obtida. O aluno que tiver a frequência mínima e atingir a média entre 3,0 e 6,9 poderá prestar exame, que consistirá na realização de uma prova (peso dez) sobre o conteúdo desenvolvido no semestre.

CRONOGRAMA:
1
09/10 - T1

11/10 - T2
4 aulas
·  Apresentação da disciplina. Comentários iniciais sobre avaliação e procedimentos de trabalho. Levantamento dos principais conceitos sobre teoria literária. Discussão e aprovação do plano de ensino da disciplina.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Magia e técnica, arte e política. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985.
- CASTELO, José. O fracasso dos gêneros. In: _____. A literatura na poltrona. Rio de Janeiro: Record, 2007.
- COMPAGNON. Antoine. O demônio da teoria. Literatura e senso comum. Tradução: Cleonice Mourão e Consuelo Santiago. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
- EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. Tradução: Waltensir Dutra. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
2
16/10 - T1

18/10 - T2
4 aulas
·  Apresentação das principais correntes críticas da literatura. Diferenças entre teórico, crítico e historiador da literatura. Refletir sobre as aproximações/distanciamentos/diferenças entre os métodos críticos. Definição de uma linha de discussão de textos teórico-críticos para o desenvolvimento das atividades de leitura: (autor – sociedade – texto – leitor).
Indicação de leitura para a próxima semana:
                                         - ARISTÓTELES. Retórica.
3
23/10 - T1

25/10 - T2
4 aulas
·  Retórica e literatura: entender a abordagem retórica da literatura como uma modalidade intrínseca de crítica, que leva não apenas o texto em si, mas também o ato de emissão e seu efeito sobre o leitor – relação com a noção de experiência partilhada da Antiguidade Clássica, em especial os textos de Aristóteles e os conceitos fundamentais da teria literária (mimese, catarse e verossimilhança).
Indicação de leitura para a próxima semana:
- CHKLOVSKI, Vitor. A arte como procedimento. In: EIKHENBAUM, B. et alii. Teoria da literatura - Formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1978.
- TOMACHEVSKI, Boris. Temática. In: EIKHENBAUM, B. et alii. Teoria da literatura - Formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1978.
4
30/10 - T1

01/11 - T2
4 aulas
·  Formalismo Russo: inaugurou a perspectiva linguística da literatura que evidenciou como o texto poético instaura a consciência formal do discurso literário em seus níveis semântico, sintático e fonológico. New Criticism: se evidenciou pelo estudo minucioso dos elementos técnicos ou formais do texto literário.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- BARTHES, Roland. A morte do autor. In: _____. O rumor da língua. Tradução: Mario Laranjeira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
- TODOROV, Tzvetan. As estruturas narrativas. Tradução: Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 2006.
5
06/11 - T1

08/11 - T2
4 aulas
·  Estruturalismo: a busca por um modelo que pudesse abordar todas as formas narrativas existentes.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- DERRIDA, Jacques. Força e significação. In: _____. A escritura e a diferença. 3. ed. Tradução: Maria Beatriz Marques Nizza da Silva. São Paulo: Perspectiva, 2005.
6
13/11 - T1

22/11 - T2
4 aulas
·  Desconstrutivismo: se evidencia pela crítica à concepção metafísica que busca a unificação de sentido das coisas, dos sujeitos e do mundo.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- BAKHTIN, Mikhail. Problemas da Poética de Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
- _____. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução: Michel Lahud e Yara F. Vieira. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 1999. (Capítulo 1).
7
20/11 - T1

29/11 - T2
4 aulas
·  Literatura e sociedade: perspectiva marxista (experiência concreta – materialismo histórico), existencialismo (consequências do modo de agir/pensar) e Teoria Crítica da Sociedade – Escola de Frankfurt (crítica da razão instrumental).
Indicação de leitura para a próxima semana:
- ADORNO, Theodor. Crítica cultural e sociedade. In: _____. Prismas. Tradução: Augustin Wernet e Jorge Mattos Brito de Almeida. 2. ed. São Paulo: Ática, 1998.
- BENJAMIN, Walter. N [Teoria do Conhecimento, Teoria do Progresso] In: _____. Passagens. Tradução: Irene Aron e Cleonice Mourão. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.
- CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. Estudos de teoria e história literária. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006. (primeira parte).
8
27/11 - T1

06/12 - T2
4 aulas
·  Reflexão sobre a noção de cultura a partir dos textos indicados. Relacionar possibilidades de leitura do contexto em relação com a estrutura do texto – a indissociabilidade entre forma e conteúdo.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- AGUIAR, Flávio. As questões da crítica literária. In: MARTINS, Maria Helena (Org.). Outras leituras. São Paulo: Ed. Senac; Itaú Cultural, 2000.
- CANDIDO, Antonio. Notas de crítica literária. In: ____. Textos de intervenção. São Paulo: Livraria Duas Cidades; Editora 34, 2002.
- _____. O direito à literatura. E outros ensaios. Coimbra: Angelus Novus, 2004.
- CARVALHAL, Tania Franco. O próprio e o alheio no percurso literário brasileiro. In: _____. O próprio e o alheio. Ensaios de literatura comparada. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2003.
- REIS, Roberto. Cânon. In: JOBIM, José Luís (Org.). Palavras da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992.
9
04/12 - T1

13/12 - T2
4 aulas
·  Discussão do papel da crítica literária no processo histórico da formação da sociedade brasileira. Abordagem dos principais elementos da teoria literária nas análises e interpretações de textos literários nos seus contextos histórico-sociais.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- ECO, Umberto. O modo simbólico. In: _____. Semiótica e filosofia da linguagem. Tradução: M. Fabris e J. L. Fiorin. São Paulo; Ática, 1991.
- GADAMER, Hans-Georg. Hermenêutica da obra de arte. Tradução: Marco Antonio Casanova. São Paulo: Martins Fontes, 2010. (capítulos 17 e 19).
10
11/12 - T1

20/12 - T2
4 aulas
·  Crítica hermenêutica e semiótica: abordagem do texto em suas possibilidades de leitura e interpretação. Evidenciar a aproximação da crítica literária com a perspectiva filosófica da busca pela compreensão. Discutir o papel dos signos e dos símbolos para a construção de sentidos.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- BACHELARD, Gaston. Devaneios sobre o devaneio. O sonhador de palavras. In: _____. A poética do devaneio. Tradução: Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
- FREUD, Sigmund. Determinismo, crença no acaso e superstição – alguns pontos de vista. In: _____. Psicopatologia da vida cotidiana. Rio de Janeiro: Imago, 1987.
- SOUSA, Edson Luiz André de. O inconsciente e as condições de uma autoria. Psicologia USP. São Paulo, v. 10, n. 1, p. 225-38, 1999.
- WUNENBURGER, Jean-Jacques; ARAÚJO, Alberto Filipe. Introdução ao imaginário. In: ARAÚJO, Alberto Filipe; BAPTISTA, Fernando Paulo (coord.). Variações sobre o imaginário. Domínio, teorizações, práticas hermenêuticas. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.
11
18/12 - T1

10/01 - T2
4 aulas
·  Crítica psicanalítica e poética do imaginário: as hipóteses fundamentais da psicanálise e o inconsciente. A relação com a ideia de inconsciente coletivo e o imaginário como elemento interpretativo das obras literárias.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- WHITE, Hayden. O texto histórico como artefato literário. In: _____. Trópicos do discurso. Tradução: Alípio Corrêa de Franca Neto. São Paulo: Edusp, 1994.
12
08/01 - T1

17/01 - T2
4 aulas
·  New historicism: evidencia a necessidade de restaurar a historicidade do texto e a dimensão histórica dos estudos literários.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- SARLO, Beatriz. Crítica do testemunho: sujeito e experiência. In: _____. Tempo passado. Cultura da memória e guinada subjetiva. Tradução: Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: UFMG, 2007.
- SELIGMANN-SILVA, Márcio. Apresentação da questão: a literatura do trauma. In: _____. (Org.). História, memória, literatura. O testemunho na era das catástrofes. Campinas: Editora Unicamp, 2003.
13
15/01 - T1

24/01 - T2
4 aulas
·  Literatura de testemunho: a história, o indivíduo e a sociedade; questões sobre a obra, a autoria e o leitor.
Indicação de leitura para a próxima semana:
- JAUSS, Hans Robert. A estética da recepção: colocações gerais. In: LIMA, Luiz Costa (org.). A literatura e o leitor. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
14
22/01 - T1

31/01 - T2
4 aulas
  • Estética da recepção: reflexão sobre o sujeito-leitor – o crítico como leitor. Propor uma discussão das demais correntes críticas a partir do seu processo de recepção. Orientações para tirar dúvidas sobre os trabalhos avaliativos.
15
29/01 - T1

07/02 - T2
4 aulas
  • Entrega dos trabalhos escritos - artigos
16
05/02 - T1

14/02 - T2
4 aulas
  • Retorno da avaliação dos trabalhos, espaço para questionamento e reescrita.
17
12/02
4 aulas
  • Encerramento da disciplina
  • Último prazo para entrega de trabalhos, pedidos de revisão para as duas turmas.
Total de aulas: 
68
Total de encontros:
17
BIBLIOGRAFIA:

ADORNO, Theodor. Crítica cultural e sociedade. In: _____. Prismas. Tradução: Augustin Wernet e Jorge Mattos Brito de Almeida. 2. ed. São Paulo: Ática, 1998.
AGUIAR, Flávio. As questões da crítica literária. In: MARTINS, Maria Helena (Org.). Outras leituras. São Paulo: Ed. Senac; Itaú Cultural, 2000.
BACHELARD, Gaston. Devaneios sobre o devaneio. O sonhador de palavras. In: _____. A poética do devaneio. Tradução: Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da Poética de Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997.
_____. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução: Michel Lahud e Yara F. Vieira. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
BARTHES, Roland. A morte do autor. In: _____. O rumor da língua. Tradução: Mario Laranjeira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Magia e técnica, arte e política. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985.
_____. N [Teoria do Conhecimento, Teoria do Progresso] In: _____. Passagens. Tradução: Irene Aron e Cleonice Mourão. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.
COMPAGNON. Antoine. O demônio da teoria. Literatura e senso comum. Tradução: Cleonice Mourão e Consuelo Santiago. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
CANDIDO, Antonio. Notas de crítica literária. In: ____. Textos de intervenção. São Paulo: Livraria Duas Cidades; Editora 34, 2002.
_____. O direito à literatura. E outros ensaios. Coimbra: Angelus Novus, 2004.
_____. Literatura e sociedade. Estudos de teoria e história literária. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.
CARVALHAL, Tania Franco. O próprio e o alheio no percurso literário brasileiro. In: _____. O próprio e o alheio. Ensaios de literatura comparada. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2003.
CASTELO, José. O fracasso dos gêneros. In: _____. A literatura na poltrona. Rio de Janeiro: Record, 2007.
DERRIDA, Jacques. Força e significação. In: _____. A escritura e a diferença. 3. ed. Tradução: Maria Beatriz Marques Nizza da Silva. São Paulo: Perspectiva, 2005.
EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. Tradução: Waltensir Dutra. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
ECO, Umberto. O modo simbólico. In: _____. Semiótica e filosofia da linguagem. Tradução: M. Fabris e J. L. Fiorin. São Paulo; Ática, 1991.
EIKHENBAUM, B. et alii. Teoria da literatura - Formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1978.
FREUD, Sigmund. Determinismo, crença no acaso e superstição – alguns pontos de vista. In: _____. Psicopatologia da vida cotidiana. Rio de Janeiro: Imago, 1987.
GADAMER, Hans-Georg. Hermenêutica da obra de arte. Tradução: Marco Antonio Casanova. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
JAUSS, Hans Robert. A estética da recepção: colocações gerais. In: LIMA, Luiz Costa (org.). A literatura e o leitor. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
REIS, Roberto. Cânon. In: JOBIM, José Luís (Org.). Palavras da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992.
SARLO, Beatriz. Crítica do testemunho: sujeito e experiência. In: _____. Tempo passado. Cultura da memória e guinada subjetiva. Tradução: Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: UFMG, 2007.
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